Bom, devo informar ao leitor cético que não só partilho de sua opinião como sou um grande entusiasta do estilo de Chuck Berry. Fui e ainda sou um dos maiores fãs do incomparável Chuck, tendo tocado muitos de seus cativantes riffs por bandas que passei.
É exatamente nessa admiração doentia que me toquei daquilo que me refiro neste blog.
Procurando conhecer mais sobre a história do guitarrista, comprei um álbum duplo, edição de colecionador. "Chuck Berry and His Greatest Hits". Só pelo nome originalíssimo senti vontade de comprar.
O encarte era lindo. Fotos de quando ele era jovem e tinha cabelo (mostrei isso ao meu professor de História da Fotografia, ele pediu demissão no dia seguinte. Motivo - o registro não batia com as datas normalmente atribuídas ao surgimento da primeira máquina fotográfica).
Enfim, a menina dos olhos de qualquer ávido fã de Chuck Berry.
Sentei-me num quarto escuro, confortável. Estava sozinho em casa. Liguei meu super home-theater de 150W, sub-woofer do caralho, pleno sabadão. Que se fodam os vizinhos.
Aos poucos fui retirando o CD do invólucro, com a mesma delicadeza que se teria com uma virgem insegura. Admirei o pequeno disco de acrílico banhado a laser enquanto este reluzia todas as cores do espectro sobre sua superfície polida.
Que emoção senti ao colocar o disquinho no gigantesco aparelhão. Achei que infartaria ali mesmo.
Ouvi a primeira música. Nítida como cristal. Nada de pipoco como na época dos bolachões. Ouvi a segunda. Na verdade nem tinha percebido que tinha passado pra segunda, mas beleza. E nem pra terceira. Nem pra quarta. Quando chegou na nona pensei que o aparelho ou o disco estivessem dando pau. Verifiquei. Não, não estava. "Início de carreira é assim mesmo". Coloquei o segundo CD. As mais famosas.
Johnny B. Good, Roll Over Bethoven, Rock and Roll Music, Ding-A-Ling, etc.
Pois é, caros leitores. Não preciso repetir aquilo que suas mentes já adivinharam. Nem terminei de ouvir tudo enjoei.
De certa forma me decepcionei muito com o Sr. Chuck. Mais ainda comigo mesmo. E sabe o porquê? Porque eu tive a moral de gastar R$300,00 num álbum cujas músicas eram totalmente iguais, cópias sobre cópias de umas sobre as outras. Riffs exatamente iguais, músicas com a mesma batida, mesma estrutura, mesmo refrão. O cara só mudava o tom!
E o pior de tudo! Aquele lixo fez sucesso. E ainda faz! Faz e idiotas como eu continuam a comprar essas porcarias mais e mais, a preço de diamante.
Não sou contra Chuck Berry. Muito pelo contrário: adoro o negrão.
Mas depois desse evento não tenho como não ver mais a verdade.
Chuck Berry é o cara mais preguiçoso do mundo.
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