sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Por que Chuck Berry?

Muitos de vocês devem estar se perguntando: "Ei, que história é essa de 'O Homem Mais Preguiçoso Que Já Existiu'?" O cara é um mito, um dos grandes nomes não só do rock and roll mas também um dos guitarristas mais citados em artigos especializados.
Bom, devo informar ao leitor cético que não só partilho de sua opinião como sou um grande entusiasta do estilo de Chuck Berry. Fui e ainda sou um dos maiores fãs do incomparável Chuck, tendo tocado muitos de seus cativantes riffs por bandas que passei.

É exatamente nessa admiração doentia que me toquei daquilo que me refiro neste blog.

Procurando conhecer mais sobre a história do guitarrista, comprei um álbum duplo, edição de colecionador. "Chuck Berry and His Greatest Hits". Só pelo nome originalíssimo senti vontade de comprar.

O encarte era lindo. Fotos de quando ele era jovem e tinha cabelo (mostrei isso ao meu professor de História da Fotografia, ele pediu demissão no dia seguinte. Motivo - o registro não batia com as datas normalmente atribuídas ao surgimento da primeira máquina fotográfica).
Enfim, a menina dos olhos de qualquer ávido fã de Chuck Berry.
Sentei-me num quarto escuro, confortável. Estava sozinho em casa. Liguei meu super home-theater de 150W, sub-woofer do caralho, pleno sabadão. Que se fodam os vizinhos.
Aos poucos fui retirando o CD do invólucro, com a mesma delicadeza que se teria com uma virgem insegura. Admirei o pequeno disco de acrílico banhado a laser enquanto este reluzia todas as cores do espectro sobre sua superfície polida.
Que emoção senti ao colocar o disquinho no gigantesco aparelhão. Achei que infartaria ali mesmo.

Ouvi a primeira música. Nítida como cristal. Nada de pipoco como na época dos bolachões. Ouvi a segunda. Na verdade nem tinha percebido que tinha passado pra segunda, mas beleza. E nem pra terceira. Nem pra quarta. Quando chegou na nona pensei que o aparelho ou o disco estivessem dando pau. Verifiquei. Não, não estava. "Início de carreira é assim mesmo". Coloquei o segundo CD. As mais famosas.
Johnny B. Good, Roll Over Bethoven, Rock and Roll Music, Ding-A-Ling, etc.

Pois é, caros leitores. Não preciso repetir aquilo que suas mentes já adivinharam. Nem terminei de ouvir tudo enjoei.
De certa forma me decepcionei muito com o Sr. Chuck. Mais ainda comigo mesmo. E sabe o porquê? Porque eu tive a moral de gastar R$300,00 num álbum cujas músicas eram totalmente iguais, cópias sobre cópias de umas sobre as outras. Riffs exatamente iguais, músicas com a mesma batida, mesma estrutura, mesmo refrão. O cara só mudava o tom!
E o pior de tudo! Aquele lixo fez sucesso. E ainda faz! Faz e idiotas como eu continuam a comprar essas porcarias mais e mais, a preço de diamante.

Não sou contra Chuck Berry. Muito pelo contrário: adoro o negrão.
Mas depois desse evento não tenho como não ver mais a verdade.

Chuck Berry é o cara mais preguiçoso do mundo.

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